sábado, 23 de abril de 2016

Uma Tarde Qualquer

É impressionante quando você quer escrever algo legal e nada se vem à mente, hoje foi um desses dias, entre trabalhos e tarefas domesticas, ficava pensando o que poderia botar no papel para trazer a vocês, porém, mais uma vez, nada. Entre uma bolinha de papel e outra, resolvi ligar meu computador para procurar inspirações.

Estava preparado, o bloco de papel do meu lado, minha playlist dos anos 40 ligada, podcasts favoritos baixando e claro, a programação tosca da tv passando do meu lado (velho habito de deixar a tv ligada), só que o bloqueio não passava, deve ser a tv me “emburrecendo”, então por que não diversificar, dessa forma, abri a temporada de caça pelas noticias.

A primeira noticia que eu vi foi da polemica matéria “Linda, Recatada e do lar”, era essa matéria que iria falar, afinal, é um tema que há muito quero falar. Fui logo atrás de referenciais que tinha guardado, palestras sobre temáticas similares, textos havia salvado os links e tudo o mais, porém não consegui sair da segunda linha.

Mais uma vez não tinha pauta, então fui fazer coisas que gosto, ver tutoriais de como construir assentamentos no Fallout 4 pelo youtube, ver algum filme pelo netflix, tentar chegar finalmente no farol em Destiny (um dia eu consigo), e dessas atividades me veio duas ideias que poderia colocar e desenvolver.

Meus primeiro plano foi falar da animação Akira, afinal, após ver que estava disponível no Netflix, não resistir em rever, então, uma animação tão amada era a escolha logica, logo fui a meu amigo google, ver ficha técnica e quem sabe achar algo do mangá, mas no fim percebi  que não queria falar ainda sobre essa obra.

Então, minha segunda opção, falar sobre a novela Velho Chico, ideia que por algum motivo tive quando capturava uma bandeira em Caspian Border  (Battlefield), vai entender. Infelizmente minha raiva ainda é latente por causa da forma que a globo conseguiu estraga-la. Já estava começando a desistir de fazer esse texto.

Bem, desisti, fui procurar em sites de culinária uma forma de aperfeiçoar meu mousse de limão, aliás, amanhã é um dia especial e tenho que fazer a melhor sobremesa da minha vida, aproveitei esse momento para escutar os podcast que eu havia baixado e botei a mão na massa, afinal não há coisa melhor do que escutar opiniões diferentes da sua através de calorosas discussões de podcast enquanto se tenta superar a sua própria sobremesa, deu até vontade de abrir um canal de culinária para compartilhar minhas receitas com meus amigos, quem sabe um dia.

Com expectativa zero de atualizar o blog, decidi entrar em minhas redes sociais, conversar com amigos e me entreter com alguma besteira postada, foi quando me deparei com uma postagem sobre a Anatel, dei um sorriso tímido, lembrando de todo o meu dia, e logo pensei “Não teria feito metade das coisas que fiz hoje se minha internet fosse limitada do jeito que essa empresa está querendo regulamentar a transmissão de dados”. Espere um pouco, está ai algo que eu realmente quero escrever.




quinta-feira, 21 de abril de 2016

Mogli: O Menino Lobo

Fico feliz de ver a Disney indo ao contrário do movimento “Dark” que a indústria está seguindo recentemente, com seus filmes sérios, “realistas” e sombrios. E saindo de suas animações temos a reimaginações de clássicos como Malévola, Cinderela e agora temos a volta de Mogli: O Menino Lobo aos cinemas.

O filme que está nos cinemas agora é a adaptação da animação lançada em 1967 que é baseada na série literária “The Jungle Book” de 1894. A história fala de um garoto que é encontrado na floresta pela pantera negra Bagheera (Ben Kingsley), a qual o leva para ser cuidado pela alcateia de lobos comandada pelo justo Akela (Giancarlo Esposito), e lá o jovem Mogli (Neel Sethi) é criado pela loba Raksha (Lupita Nyong'o).


Mas como nem tudo é alegria, um dia chega o grande tigre Shere Khan (Idris Elba), que quer ver a pobre criança morta a qualquer custo, e à partir daí o pobre Mogli deve fugir com a ajuda de Bagheera e o urso Baloo (Bill Murray) para a vila dos homens, o único lugar aonde Shere Khan não pode pegar o garoto.

Um dos pontos mais fortes do filme é a sua incrível computação gráfica, fazendo todos os animais do filme parecerem críveis, ainda mais com suas expressões faciais, que mesmo caricatos conseguem ficar naturais. Qualidade que vem também do excelente elenco que deixa tudo melhor com suas atuações.

A história é bastante divertida, mostrando uma aventura mágica nessa fabulosa fábula, que sempre tenta lhe ensinar algo para se levar para vida, mas sem ser enfadonho e chato, evoluindo de uma forma natural com a jornada do personagem, que tem tudo que se pode pedir, ação, drama, humor e até música.

No fim de tudo temos um filme altamente divertido, tanto para crianças e adultos, trazendo um clima de nostalgia e até mesmo uma volta da magia que o cinema faz tão bem, com a capacidade de sonhar e criar grandes histórias, pois assim como o urso Baloo tenta passar para o jovem Mogli, precisamos nos preocupar com os problemas, porém em alguns momentos temos que se divertir e mesmo assim estamos aprendendo a viver.   



  

terça-feira, 19 de abril de 2016

A Revolução dos Bichos

Uma das coisas que eu mais amo na ficção é a maneira que seus criadores conseguem se espelhar em suas realidades para poder criar seus próprios universos e criticar ou engrandecer nossa forma de vida, hábitos e ideologias. E nesse pensamento que em 1945 o autor George Orwell lançou a sua fabula, A Revolução dos Bichos.

O livro conta a historia de uma fazenda, aonde os animais resolvem se revoltar contra os humanos, adotando um governo chamado Animalismo, onde todos os animais são iguais, porém nem tudo saiu como planejado, já que alguns animais (os porcos) se sentiram superiores a outros, começaram a manipular os outros para ter uma situação privilegiada.

Toda a trama se passa num período de muitos anos, desde a revolução até o momento da concretização da formação desse novo governo e é sempre mostrado do ponto de vista de um grupo de animais, como o burro Benjamin, um dos animais mais sábios da fazenda, mas que resolve ficar calado, o cavalo Sansão que sempre cumpre ordens sem se questionar e o porco Napoleão que controla a fazenda.

Com isso temos uma historia cheia de reviravoltas, traições e manipulações, o qual demonstra como um governo consegue manipular sua população através do medo e alienação, simples marionetes daqueles que foram corrompidos pelo poder. E é em cima disso que essa sátira politica se baseia, transformando o sonho dos animais em um pesadelo à medida que os porcos mudam as leis e manipulam a historia pelos seus interesses, traindo até os animais que eram leais a sua causa.



Sem duvida essa é uma das melhores criticas ao governo de Stalin que eu já tive acesso e mesmo sendo mal interpretado e usado contra o sistema utópico socialista de forma incoerente, temos uma grande historia em nossas mãos e que serve de aprendizado para quem quer entender o funcionamento da politica e até para os estudiosos em sociologia, pois mesmo sendo uma fabula, é uma obra que traz uma visão critica da sociedade que se mostra atual até mesmo para a situação que nós encontramos atualmente. 

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Mecha: O que eles podem falar sobre nós?

Em minha opinião não há nada mais legal quer vê robôs se digladiando ou enfrentando monstros gigantes, que tem como único objetivo destruir toda a humanidade por algum motivo desconhecido, e para deixar as coisas melhores, há uma vasta gama de material vindo quentinho do Japão. Mas com a popularização da cultura nipônica no ocidente, é claro que os estúdios de entretenimento iriam começar a copiar, porém, mesmo tendo muitas semelhanças, os produtos ocidentais e orientais apresentam um abismo em seu conceito, e resolvi fazer a pergunta, “por quê?”.

Primeiramente temos que entender o que é esse gênero, provavelmente vocês viram Power Ranger, a adaptação americana da serie Super Sentai, e todos sabem que no final eles convocam um robô gigante em que eles controlam para enfrentar a ameaça, isso meus amigos é o gênero Mecha (não mecha de cabelo) aonde pessoas utilizam armaduras cibernéticas (exoesqueletos) para enfrentar seus conflitos, podendo variar de tamanho, indo para os gigantes até os do tamanho de uma pessoa. Mas o que os torna diferentes entre as regiões?


Para respondermos a essa pergunta, temos que ver como cada nação vê o conflito, as guerras e principalmente o uso da arma. Os japoneses veem a arma como uma extensão do corpo, algo até mesmo espiritual, não é a toa que as armaduras samurais foram evoluindo ao longo dos tempos com as novas técnicas de combates que foram surgindo, e não por causa de um novo tipo de armamento. Dessa forma, aquele objeto usado como arma tinha um valor maior, não era apenas um item feito para matar, mas parte de si.

Já do lado ocidental, temos uma visão totalmente diferente, aqui a arma é vista como uma ferramenta, algo até certo ponto descartável em que qualquer cidadão pode utilizar para poder se defender, aliás, não se poderia esperar diferente de um pais que foi construído por causa delas. Você deve está se perguntando agora “Tá, mas o que isso tem haver com robôs gigantes?”, a minha resposta caros leitores: é simplesmente tudo.

Vamos pegar como exemplo a light novel/manga All You Need Is Kill que teve sua adaptação no ocidente nomeada de No Limite do amanhã. Tanto no original quanto no filme a humanidade precisa enfrentar uma raça de aliens, e para isso constroem armaduras para podermos enfrenta-los, mas ai começam as diferenças, já que na light novel o protagonista deve “domar” a armadura, fazer dela parte de si e até mesmo usar uma arma branca em que precisa de toda sua habilidade para poder ter êxito em sua missão, já no longa, a armadura nada mais é uma mera arma que em vários momentos é simplesmente largada.

Não é a toa que os mechas dentro de um contexto japonês muitas vezes acabam se tornando personagens tão importantes quanto os humanos (ou aliens, sem segregação aqui!), porém ao chegar para nossas bandas viraram um bando de armaduras para se colecionar ou um titã que se chama para dar apoio quando as coisas estão apertadas. Mas o mais interessante disso tudo é ver a diferença de pensamento que fazem até mesmo um mesmo tema ser pensado e repensado de uma forma bastante diferente, afinal, ninguém é igual.  

  

segunda-feira, 11 de abril de 2016

O legado de Cidadão Kane

Tenho até vergonha de admitir que eu nunca havia visto o clássico do cinema, Cidadão Kane, de Orson Welles. Mas felizmente, consegui assistir o longa, que é considerado por muitos como a obra prima da 7° arte. Mas será mesmo que ele é tudo isso ou acabou sendo vencido pelo tempo, se tornando datado?

O filme conta a estória de um grupo de jornalistas que tentam descobrir a verdade sobre o significado da última palavra do magnata do jornalismo Charles Foster Kane (Orson Welles), que acabara de morrer, sozinho, em seu palácio particular, Xanadu. E  durante todo o filme, onde o jornalista entrevista pessoas ligadas a Charles Kane, cabe a ele e a você telespectador descobri o que realmente é “Rosebud”, para entender mais sobre a vida dessa pessoa que começou na pobreza e virou um dos homens mais ricos do mundo.

Essa obra criada por Welles e Herman J. Mankiewicz foi uma das maiores revoluções do meio cinematográfico, misturando o estilo plongée (um estilo que coloca a câmera a baixo do personagem, simulando a visão do telespectador de um teatro) vinda da visão teatral de Welles e as sombras tiradas direto do cinema expressionista alemão, além de trazer os atores de sua companhia de teatro, o que permitiu a seu diretor ter o controle criativo da colocação de câmera, já que não tinham as exigências de ângulos das “estrelas” de Hollywood.

Todos esses detalhes deixam o longa lançado em 1941 mais atual que filmes do ano passado, com um roteiro redondo, sem falhas, trazendo uma das melhores tramas que o cinema americano já teve, além da melhor atuação de Orson Welles, mostrando todo seu talento, não somente em sua performance, mas também em sua direção, que espetacular com cenas espetaculares, causando inveja para muitos diretores atualmente.

Infelizmente o filme quase não foi visto pelo público na época, graças ao boicote promovido pelo magnata do jornalismo William Randolph Hearst, que afirmava que o longa se baseava em sua vida (ele estava certo), afirmação que Welles sempre negou. Tudo isso, porém, fez com que o filme quase não fosse lançado, e se não fosse a experiência que Orson Welles ganhou na transmissão da Guerra dos Mundos para conseguir fazer contratos mega elaborados com os estúdios, Cidadão Kane teria sido queimado e esquecido pela historia.

Como a obra prima de Orson Welles, Cidadão Kane foi o maior presente que se poderia dar para a 7° arte, um filme praticamente perfeito em todos os quesitos, em sua fotografia, atuações, historia e montagem. Não é a toa que ele sempre esteve em primeiro lugar na lista dos melhores filmes já feitos e é obrigatório para todas as pessoas que gostam/amam/adoram cinema.      




sábado, 9 de abril de 2016

Rua Cloverfield, 10

Lembro-me como se fosse ontem quando vi o primeiro filme da (possível) série Cloverfield, a qual me deixou super empolgado, mostrando aquele “godzilla” americano atacando Nova York, com sua câmera estilo documentário e sua brincadeira de marketing antes do filme. Infelizmente esse ontem foi em 2008, e agora, oito anos depois chega aos cinemas “Rua Cloverfield,10” como o primeiro longa do diretor Dan Trachtenberg.


Deve ficar claro, que esse filme não é uma continuação do “Cloverfield- O monstro” (2008) e fica até difícil dizer que se passe em um mesmo universo, parecendo mais um “Além da Imaginação” da produtora do J.J Abrams (produtor de ambos os filmes). Com isso em mente, deve-se esquecer totalmente a ideia de um monstro gigante destruindo uma cidade, pois sua única herança é o clima de suspense.

O longa conta a historia de Michelle (Mary Elizabeth Winstead), que após sofrer um acidente acorda dentro de um bunker, aonde conhece Howard (John Goodman) e Emmett (John Gallagher Jr.), que dizem que o mundo acabou e que ela não pode sair daquele lugar. Agora a nossa protagonista deve descobrir se tudo aquilo é verdade ou se as coisas são totalmente ao contrario do que lhe falaram.

Devo dizer que todo o clima dentro do bunker é um dos mais tensos que já vi, com excelentes atuações, principalmente do ator John Goodman, que é uma das melhores interpretações de sua carreira. Além disso, o roteiro impecável e super bem amarrado desse filme consegue surpreender de todas as formas.

O mais incrível desse projeto, o qual foi anunciado em janeiro e lançado agora em abril (no Brasil) e que acabou sendo filmado em algumas semanas, foi o fato de ser tão “secreto” que nem mesmo os atores sabiam de como a historia iria se desenrolar, o que talvez seja o motivo de atuações tão verdadeiras que fazem esse filme brilhar de tal forma que só quem assistiu pode sentir.

É até complicado falar mais de Rua Cloverfield, 10 sem dar spoilers, mas devo dizer que esse é um filme de suspense excelente, que deixou todos os telespectadores da sessão de cinema onde eu estava ficarem tensos durante todo o seu período. Então vão ver o filme e entrem na jornada da Michelle para descobrir o grande mistério que o longa possui e assim tenha uma das melhores experiências cinematográficas desse mês de Abril.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Star Wars: Um Novo Amanhecer

Em dia em que sai trailer de Star War(#casadocomreplay) se deve falar sobre Star Wars, então, em minha continuação em explorar essa nova fase criada pela Disney, falarei hoje sobre o livro “Um novo amanhecer”, preludio da divertidíssima serie Rebels, que não só introduz personagens importantes para a serie de tv, como também para os futuros projetos literários da empresa.

Escrito por John Jackson a trama se passa entre os episódios 3 e 4, muito antes da rebelião ou da estrela da morte (mesmo tendo certas conexões com a estação bélica), e aqui acompanhamos a historia de Caleb Dune, conhecido como Kanan Jarrus, um sobrevivente da ordem 66 que ganha a vida com trabalhos perigosos que ninguém liga, sempre tentando esconder sua ligação com a força.

Mas tudo muda quando um empresário maligno, Denetrius Vidian, chega ao planeta de Gorse e começa a planejar seus planos maquiavélicos para o lugar e seus habitantes, e com a ajuda de Hera Syndula, e alguns outros amigos, Kanan deve impedir que os planos de Vidian se realizem.

Esse livro dos dois que li desse novo momento da saga, é um dos mais divertidos e voltados para a aventura, pegando bastante o clima da animação, além de seus personagens altamente interessantes. Mesmo caindo um pouco no clichê, principalmente no núcleo imperial, a historia é tão alto astral e divertida que esses pontos acabam sendo ignorados.

Hera e Kanan em Star Wars Rebels
Infelizmente ele cai no mesmo problema de “Marcas da Guerra” com sua caracterização das raças alienígenas que se limitam no nome da espécie, como se eu soubesse a aparência de todos eles, Felizmente isso não é tão comum quanto no outro livro, o que deixa essa falha menos agressiva.

 Todo o livro traz aquele espirito de aventura da saga Star Wars, esquecendo-se da politica que de vez enquanto dava a cara em Marcas da Guerra, porém isso não é algo ruim, pois tem uma historia interessante e principalmente a introdução de personagens importantíssimos para o futuro da serie, como a introdução e ascensão da capitã Rae Sloane (ainda não é almirante), e um pouco do passado de personagens chaves da serie, o que por si só é altamente divertido, e vale muito a pena ser lido por todos os fãs e até mesmo por aqueles que querem começar a entrar nesse universo gigantesco. 


quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Dama de Shangai

Um dos estilos que eu mais gosto do cinema policial é o Noir. Com seus personagens dúbios, uso excessivo da escuridão e suas “femme fatales”. Era claro que eu iria me aprofundar nesse gênero, então, em uma exibição de filmes do diretor/ator/Radialista Orson Welles, me deparei com “A Dama de Shangai” de 1947.

O filme conta a história do marinheiro (meio burro) Michael O’Hara, que após conhecer uma linda mulher se apaixona perdidamente e acaba por virar o capitão de um cruzeiro dessa misteriosa mulher e de seu marido, porém tudo isso é apenas o começo para uma série de “tramóias” envolvendo assassinatos e traições, onde o nosso pobre protagonista  se vê no meio de toda uma confusão sem saber como proceder para escapar com vida.

Como um dos filmes mais importantes desse estilo, A Dama de Shangai traz todo o esplendor do cinema Noir, tendo uma narração em “off” de seu personagem principal, o uso criativo de luz e sombra e como sempre, uma mensagem pessimista. Apesar disso tudo é um pouco triste perceber que parte da genialidade de Welles só vai aparecer no final do filme, com a brilhante cena dos espelhos que é copiada e homenageada até hoje.

Sabe-se que muitos desses problemas vêm dos produtores, como por exemplo, os quase 60 minutos cortados do produto final (e vocês reclamando de Vingadores), a imposição dos closes dos rostos dos atores e principalmente a música cantada pela atriz Rita Hayworth, decisões que segundo o estúdio, deixaria o longa mais palpável ao grande publico, mas infelizmente essas imposições deram um ar cômico.


Mesmo com esses defeitos, o filme tem seus momentos que são símbolo da genialidade de Welles, como sua homenagem ao expressionismo alemão, a clássica cena do aquário (Woody Allen). O final impressionante faz desse filme obrigatório a todos os fãs do cinema Noir e de Orson Welles.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Crônicas de um courier: Historias de Fallout New vegas

Cada vez que chegava mais perto, mais o cheiro da fumaça entrava em meu nariz, não tinha ideia do que encontraria ao chegar na cidade de Nipton, mas estava prestes a descobrir. Logo que cheguei o medo tomou conta de mim, era algo tão chocante, até mesmo para um mensageiro  que já se aventurou pelos locais mais perigosos do grande deserto de Mojave.

A cidade estava em chamas e as ruas... É difícil até de descrever tamanha maldade, todos os habitantes da cidade e alguns membros de gangues, provavelmente, estavam pregados nos postes de energia, e alguns ainda estavam vivos, porém ao me aproximar  percebi que eles logo morreriam se os retirassem do local aonde estavam. Antes de tomar uma atitude sobre esses pobres coitados resolvi procurar alguém que tivesse fugido desse terror.

Porém no momento em que me aproximei da prefeitura no centro da cidade, fui surpreendido por um grupo de homens que rapidamente me cercaram, não eram uma simples gangue, pareciam bem alimentados e bem armados, alguns com lanças porém outros com armamento militar em bom estado, trajavam uma armadura vermelha que lembrava muito as vestimentas que eu tinha visto em algum livro vinda da Valt, qual era mesmo o nome daquele grupo? ... Romano será?

Um dos soldados se aproximou de mim:

-Espere forasteiro, não lhe machucaremos, porém quero que você observe bem o seu redor, e conte para todos, principalmente para os soldados da NCR, o que a Legião de Cesar é capaz de fazer, agora vá.


E do modo súbito que eles chegaram, eles se foram. Minhas mãos ainda seguravam firme a arma, pois sabia que essa não ia ser a ultima vez que veria eles, naquele momento descobri que deveria deixar minha vingança mesquinha um pouco de lado, pois algo maior estava acontecendo, e logo atingiria todos da região, e jurei a mim mesmo que esse ato não passaria impune, e que em nosso próximo encontro as coisas seriam diferentes. 

sábado, 2 de abril de 2016

As crônicas de um menino e seu cachorro

Era uma vista interessante, uma mistura de melancolia com a agradável iluminação das primeiras horas da manhã. Uma cidade destruída jazia bem abaixo da colina onde eu estava, as árvores ao redor estavam em um tom marrom e sem folhas, como se estivessem em um outono eterno. Não havia mais pessoas morando ali há muito tempo e talvez nem em seus arredores, era difícil até mesmo dizer se tinha alguém vivo. Mas mesmo com tantas perguntas na cabeça, não tinha tempo para pensar nas respostas, ao menos não agora, tinha que sobreviver, até por que essa era minha nova realidade...

Depois de muito tempo eu finalmente conseguir botar minhas mãos em Fallout 4 ( da qual espero que seja tão bom quanto o Fallout: New Vegas), mas já com algumas horas de jogo comecei a me perguntar: Porque somos tão fascinados pelo fim do mundo ?. Pois pensem bem: temos milhares de livros, filmes e jogos, demostrando nosso fascínio sobre essa temática bastante aterradora, e com isso em mente resolvi perguntar a vários amigos para formular uma resposta a essa questão.

 
Foram inúmeras as respostas que obtive, porém no meio disso tudo alguns pontos começaram a se repetir, e a resposta que se seguiu foi interessante. O fim de tudo parece ser a estória mais contada de todos os tempos, que vai desde a bíblia até contos mais recente como os livros da série Metro de Dmitriy Glukhovskiy, porém o que há em comum entre eles?

Em todas essas tramas, além de nos tirarmos de nosso mundo comum, nos deixando muitas vezes desconfortáveis (nunca me esquecerei de A Estrada), mostrando o melhor e o pior da humanidade, nos deixando no limite de nossa sanidade em um mundo onde todas nossas facilidades foram excluídas, além de refletir nossos maiores medos, como as guerras e nosso poder nuclear (bem Guerra Fria) e até mesmo grandes epidemias.

É interessante ver que muito desses mundos baseados no apocalipse possuem grupos pequenos de sobreviventes, o que torna bem simples a nossa familiarização com os estereótipos de nossa sociedade, mais uma vez demonstrando o que ocorre quando somos pressionados por uma força que somos incapazes de controlar, podendo nos levar para um recomeço, uma oportunidade de corrigir nossos erros, ou simplesmente nos levar para um fim sem esperança.

Essa luta pela sobrevivência, a sensação do desconhecido e o perigo iminente muitas vezes vindo do próprio homem não nos mostram simplesmente o fim, mas sim, nosso estado natural de ser, toda a maldade que podemos possuir e também toda bondade que a humanidade pode transmitir, nos mostrando uma alegoria que mostra a historia da humanidade, nossa história.

“... Com minha pistola em mãos e Sam, meu fiel pastor alemão, caminhávamos por entre os escombros da cidade. Percebemos que um grupo de bandidos mantinham aprisionados algumas pessoas dentro de gaiolas. Verifiquei quantas balas possuía no cartucho, olhei pra a Sam e por um momento eu pensei “ Como o fim do mundo nada mais era do que um outro capitulo sangrento na historia da humanidade, afinal, a guerra... A guerra nunca muda”.