quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Dama de Shangai

Um dos estilos que eu mais gosto do cinema policial é o Noir. Com seus personagens dúbios, uso excessivo da escuridão e suas “femme fatales”. Era claro que eu iria me aprofundar nesse gênero, então, em uma exibição de filmes do diretor/ator/Radialista Orson Welles, me deparei com “A Dama de Shangai” de 1947.

O filme conta a história do marinheiro (meio burro) Michael O’Hara, que após conhecer uma linda mulher se apaixona perdidamente e acaba por virar o capitão de um cruzeiro dessa misteriosa mulher e de seu marido, porém tudo isso é apenas o começo para uma série de “tramóias” envolvendo assassinatos e traições, onde o nosso pobre protagonista  se vê no meio de toda uma confusão sem saber como proceder para escapar com vida.

Como um dos filmes mais importantes desse estilo, A Dama de Shangai traz todo o esplendor do cinema Noir, tendo uma narração em “off” de seu personagem principal, o uso criativo de luz e sombra e como sempre, uma mensagem pessimista. Apesar disso tudo é um pouco triste perceber que parte da genialidade de Welles só vai aparecer no final do filme, com a brilhante cena dos espelhos que é copiada e homenageada até hoje.

Sabe-se que muitos desses problemas vêm dos produtores, como por exemplo, os quase 60 minutos cortados do produto final (e vocês reclamando de Vingadores), a imposição dos closes dos rostos dos atores e principalmente a música cantada pela atriz Rita Hayworth, decisões que segundo o estúdio, deixaria o longa mais palpável ao grande publico, mas infelizmente essas imposições deram um ar cômico.


Mesmo com esses defeitos, o filme tem seus momentos que são símbolo da genialidade de Welles, como sua homenagem ao expressionismo alemão, a clássica cena do aquário (Woody Allen). O final impressionante faz desse filme obrigatório a todos os fãs do cinema Noir e de Orson Welles.

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