Um dos
estilos que eu mais gosto do cinema policial é o Noir. Com seus personagens
dúbios, uso excessivo da escuridão e suas “femme
fatales”. Era claro que eu iria me aprofundar nesse gênero, então, em uma
exibição de filmes do diretor/ator/Radialista Orson Welles, me deparei com “A
Dama de Shangai” de 1947.
O filme conta a história do marinheiro (meio burro) Michael O’Hara, que após conhecer uma linda mulher se apaixona perdidamente e acaba por virar o capitão de um cruzeiro dessa misteriosa mulher e de seu marido, porém tudo isso é apenas o começo para uma série de “tramóias” envolvendo assassinatos e traições, onde o nosso pobre protagonista se vê no meio de toda uma confusão sem saber como proceder para escapar com vida.
Como um dos
filmes mais importantes desse estilo, A Dama de Shangai traz todo o esplendor
do cinema Noir, tendo uma narração em “off” de seu personagem principal, o uso
criativo de luz e sombra e como sempre, uma mensagem pessimista. Apesar disso
tudo é um pouco triste perceber que parte da genialidade de Welles só vai
aparecer no final do filme, com a brilhante cena dos espelhos que é copiada e
homenageada até hoje.
Sabe-se que
muitos desses problemas vêm dos produtores, como por exemplo, os quase 60
minutos cortados do produto final (e vocês reclamando de Vingadores), a
imposição dos closes dos rostos dos atores e principalmente a música cantada
pela atriz Rita Hayworth, decisões que segundo o estúdio, deixaria o longa mais
palpável ao grande publico, mas infelizmente essas imposições deram um ar
cômico.
Mesmo com
esses defeitos, o filme tem seus momentos que são símbolo da genialidade de
Welles, como sua homenagem ao expressionismo alemão, a clássica cena do aquário
(Woody Allen). O final impressionante faz desse filme obrigatório a todos os
fãs do cinema Noir e de Orson Welles.
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