Era uma vista interessante, uma mistura de
melancolia com a agradável iluminação das primeiras horas da manhã. Uma cidade
destruída jazia bem abaixo da colina onde eu estava, as árvores ao redor
estavam em um tom marrom e sem folhas, como se estivessem em um outono eterno.
Não havia mais pessoas morando ali há muito tempo e talvez nem em seus
arredores, era difícil até mesmo dizer se tinha alguém vivo. Mas mesmo com
tantas perguntas na cabeça, não tinha tempo para pensar nas respostas, ao menos
não agora, tinha que sobreviver, até por que essa era minha nova realidade...
Depois de muito tempo eu finalmente
conseguir botar minhas mãos em Fallout 4
( da qual espero que seja tão bom quanto o Fallout:
New Vegas), mas já com algumas horas de jogo comecei a me perguntar: Porque
somos tão fascinados pelo fim do mundo ?. Pois pensem bem: temos milhares de
livros, filmes e jogos, demostrando nosso fascínio sobre essa temática bastante
aterradora, e com isso em mente resolvi perguntar a vários amigos para formular
uma resposta a essa questão.
Foram inúmeras as respostas que obtive,
porém no meio disso tudo alguns pontos começaram a se repetir, e a resposta que
se seguiu foi interessante. O fim de tudo parece ser a estória mais contada de
todos os tempos, que vai desde a bíblia até contos mais recente como os livros
da série Metro de Dmitriy Glukhovskiy,
porém o que há em comum entre eles?
Em todas essas tramas, além de nos tirarmos
de nosso mundo comum, nos deixando muitas vezes desconfortáveis (nunca me
esquecerei de A Estrada), mostrando o
melhor e o pior da humanidade, nos deixando no limite de nossa sanidade em um
mundo onde todas nossas facilidades foram excluídas, além de refletir nossos
maiores medos, como as guerras e nosso poder nuclear (bem Guerra Fria) e até
mesmo grandes epidemias.
É interessante ver que muito desses mundos
baseados no apocalipse possuem grupos pequenos de sobreviventes, o que torna
bem simples a nossa familiarização com os estereótipos de nossa sociedade, mais
uma vez demonstrando o que ocorre quando somos pressionados por uma força que
somos incapazes de controlar, podendo nos levar para um recomeço, uma
oportunidade de corrigir nossos erros, ou simplesmente nos levar para um fim
sem esperança.
Essa luta pela sobrevivência, a sensação
do desconhecido e o perigo iminente muitas vezes vindo do próprio homem não nos
mostram simplesmente o fim, mas sim, nosso estado natural de ser, toda a
maldade que podemos possuir e também toda bondade que a humanidade pode
transmitir, nos mostrando uma alegoria que mostra a historia da humanidade,
nossa história.
“... Com minha pistola em mãos e Sam, meu
fiel pastor alemão, caminhávamos por entre os escombros da cidade. Percebemos que
um grupo de bandidos mantinham aprisionados algumas pessoas dentro de gaiolas.
Verifiquei quantas balas possuía no cartucho, olhei pra a Sam e por um momento
eu pensei “ Como o fim do mundo nada mais era do que um outro capitulo
sangrento na historia da humanidade, afinal, a guerra... A guerra nunca muda”.
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