sábado, 2 de abril de 2016

As crônicas de um menino e seu cachorro

Era uma vista interessante, uma mistura de melancolia com a agradável iluminação das primeiras horas da manhã. Uma cidade destruída jazia bem abaixo da colina onde eu estava, as árvores ao redor estavam em um tom marrom e sem folhas, como se estivessem em um outono eterno. Não havia mais pessoas morando ali há muito tempo e talvez nem em seus arredores, era difícil até mesmo dizer se tinha alguém vivo. Mas mesmo com tantas perguntas na cabeça, não tinha tempo para pensar nas respostas, ao menos não agora, tinha que sobreviver, até por que essa era minha nova realidade...

Depois de muito tempo eu finalmente conseguir botar minhas mãos em Fallout 4 ( da qual espero que seja tão bom quanto o Fallout: New Vegas), mas já com algumas horas de jogo comecei a me perguntar: Porque somos tão fascinados pelo fim do mundo ?. Pois pensem bem: temos milhares de livros, filmes e jogos, demostrando nosso fascínio sobre essa temática bastante aterradora, e com isso em mente resolvi perguntar a vários amigos para formular uma resposta a essa questão.

 
Foram inúmeras as respostas que obtive, porém no meio disso tudo alguns pontos começaram a se repetir, e a resposta que se seguiu foi interessante. O fim de tudo parece ser a estória mais contada de todos os tempos, que vai desde a bíblia até contos mais recente como os livros da série Metro de Dmitriy Glukhovskiy, porém o que há em comum entre eles?

Em todas essas tramas, além de nos tirarmos de nosso mundo comum, nos deixando muitas vezes desconfortáveis (nunca me esquecerei de A Estrada), mostrando o melhor e o pior da humanidade, nos deixando no limite de nossa sanidade em um mundo onde todas nossas facilidades foram excluídas, além de refletir nossos maiores medos, como as guerras e nosso poder nuclear (bem Guerra Fria) e até mesmo grandes epidemias.

É interessante ver que muito desses mundos baseados no apocalipse possuem grupos pequenos de sobreviventes, o que torna bem simples a nossa familiarização com os estereótipos de nossa sociedade, mais uma vez demonstrando o que ocorre quando somos pressionados por uma força que somos incapazes de controlar, podendo nos levar para um recomeço, uma oportunidade de corrigir nossos erros, ou simplesmente nos levar para um fim sem esperança.

Essa luta pela sobrevivência, a sensação do desconhecido e o perigo iminente muitas vezes vindo do próprio homem não nos mostram simplesmente o fim, mas sim, nosso estado natural de ser, toda a maldade que podemos possuir e também toda bondade que a humanidade pode transmitir, nos mostrando uma alegoria que mostra a historia da humanidade, nossa história.

“... Com minha pistola em mãos e Sam, meu fiel pastor alemão, caminhávamos por entre os escombros da cidade. Percebemos que um grupo de bandidos mantinham aprisionados algumas pessoas dentro de gaiolas. Verifiquei quantas balas possuía no cartucho, olhei pra a Sam e por um momento eu pensei “ Como o fim do mundo nada mais era do que um outro capitulo sangrento na historia da humanidade, afinal, a guerra... A guerra nunca muda”.





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